A Gênesis completa, em 2024, 40 anos de história dedicada à arte da serigrafia. Resolvemos, com este book, fazer uma homenagem a todos os artistas, clientes e consumidores da serigrafia numa apresentação que mistura técnicas e aplicações variadas, com diferentes processos, usando o que a Gênesis tem de melhor nos materiais que ela fabrica, suas tintas e uma variada escala de cores e efeitos especiais.
Convidamos alguns artistas, desenhistas, designers, impressores e outros profissionais da área para compor uma equipe dedicada em trazer nesse book, uma série de trabalhos originais que mostram o quanto damos valor, incentivamos e apoiamos o crescimento da serigrafia, sua história e sua evolução.
Este trabalho é fruto de um estudo minucioso, uma pesquisa profunda pelas técnicas da serigrafia e tem no seu contexto a fundamentação da valorização da arte serigráfica, rompendo as barreiras dos limites imaginários, abrindo novas perspectivas do que se pode fazer com essa nobre arte, no seu amplo e infinito leque de ação.
A ORIGEM
Existem muitos relatos da origem dessa arte, mas o que se pode observar é uma evolução de processos criativos que ultrapassam muitos mil anos por civilizações e povos que, nas suas incansáveis necessidades de se comunicarem através da arte impressa, criaram muitas formas de traduzir seus sentimentos, sua cultura e deixar marcado no tempo a história de seu povo.
É possível ver exemplos de desenhos e escritos em pedras rupestres, como é o caso das pinturas no sítio arqueológico Cueva de las Manos, localizado na região da Patagônia, na Província de Santa Cruz, na Argentina, onde pinturas de várias mãos nas pedras, foram utilizadas como molde vazado há aproximadamente 9 mil anos. Estes desenhos denominados “mãos em negativo” eram produzidos a partir de pigmentos naturais coloridos espalhados sobre as mãos humanas espalmadas nas paredes das cavernas. As mãos usadas como moldes bloqueavam a passagem da tinta, imprimindo, assim, a silhueta das mesmas como imagens em negativo.
Não muito longe, no antigo Egito, já se tem registros de gravuras feitas com técnicas de moldes vazados. Por volta de 9 mil anos a.C., os túmulos egípcios eram decorados com o uso da técnica de estêncil. Há registro que os gregos também já faziam mosaicos nessa época usando a mesma técnica, que se resume em pintar desenhos em superfícies através de um corte ou perfuração sobre um papel ou outro substrato que possibilita um tipo de recorte, onde irá fazer a passagem da tinta por aquele espaço vazado.
A arte da serigrafia é considerada uma arte milenar e tem seus primeiros registros na China durante a era da dinastia Song (960-1279). A dinastia Song é vista como uma era de ouro da civilização chinesa, um período de importantes avanços na literatura, filosofia e ciência. Foi a época do despertar artístico na China, proporcionando um movimento que impulsionou alguns avanços, como o uso da prensa móvel, difundindo a impressão em xilogravura e também a impressão sobre tecidos, dando início ao nascimento do que hoje chamamos de serigrafia e seus primeiros passos.
No século XII, a dinastia Song tornou-se o primeiro governo do mundo a imprimir seu próprio papel-moeda. Nota-se aí um conhecimento além do imaginário, que atravessou os anos e difundiu-se no mundo gerando milhares de possibilidades no que diz respeito à propagação da arte nas mais variadas formas de reproduzir, através do sistema de impressão, com suas infinitas possibilidades, dentro do processo criativo.
No Japão essa arte foi bastante divulgada com os chamados Katagami, moldes vazados em papel para pintar tecidos, cerâmicas e artesanatos diversos. Alcançou grande notabilidade no periodo Kamamura (1185–1333) quando as armaduras dos samurais, as cobertas de cavalos e os estandartes tinham emblemas aplicados por esse processo. Até hoje esta técnica é realizada no Japão, com uma preparação minuciosa na fabricação do papel e usada por artistas que, com maestria fazem, com uma pequena faca bastante amolada, detalhes minúsculos no corte dos moldes, usando diversas sobreposições de imagens, proporcionando um encontro de diversas cores na construção dos temas dos desenhos aplicados.
Este tipo de trabalho em moldes vazados é conhecido pelo nome de estêncil (stencil em inglês) que consiste simplesmente em uma máscara vazada que possibilita a passagem da tinta, demarcando o desenho que está recortado no molde. Essa técnica é muito antiga, sem ter como precisar sua origem. Há registros do uso de estêncil por tribos indígenas com o uso de moldes feitos com folhas de plantas e extratos de pigmentação vegetal.
A SERIGRAFIA
Afirmar a origem dessa arte não é tão simples assim. A necessidade de imprimir outros objetos despertou, em alguns artistas precursores, ideias bem próximas, que nos levam à conclusão de não demarcar um nome para assinar a autoria dessa nobre arte, que se encontra o tempo todo em evolução.
Algumas pesquisas apontam histórias e nomes de pessoas que se destacaram no desenvolvimento e aprimoramento dessa técnica. Há registros de que a serigrafia surgiu na China durante a era da dinastia Song (960-1279) com a finalidade de transferir desenhos para tecidos. Outras hipóteses apontam que as origens da impressão em seda tenham começado na China pelo menos doze séculos antes de Cristo, quando a seda começou a ser produzida no país, sendo utilizado cabelo humano para criar uma tela esticada sobre uma moldura de madeira. Fabricaram, então, um estêncil feito de folhas coladas em diferentes formatos, que era fixado na tela. Outras linhas apontam que o Japão e outros países asiáticos adotaram esse método de impressão e aprimoraram o ofício, usando-o em conjunto com impressão em bloco e tintas aplicadas à mão.
Diversos achados arqueológicos e estudos históricos indicam que os fenícios encontraram uma maneira de reproduzir padrões em tecidos, usando técnicas incomuns em relação às que são usadas hoje. No entanto, eles podem ser creditados como pioneiros em um sistema de duplicação de imagens, usando carimbos para reproduzir padrões simples. O método foi posteriormente aprimorado no Japão para uma técnica de impressão que criava imagens com bordas nítidas, usando um estêncil e um tecido poroso. Os japoneses usavam estêncil simples colados em uma tela feita de cabelo humano esticada sobre uma moldura de madeira. Eles adotaram o processo de serigrafia e o modificaram usando seda tecida para fazer a malha e lacas na construção do estêncil. O uso da seda em seu método foi o que fez a serigrafia ganhar seu nome.
O termo “silk screen”, do inglês, foi traduzido para o português como serigrafia, e significa “tela de seda”. Seu significado é inspirado nos pedaços de seda, em inglês “silk”, presos a uma tela, em inglês “screen”, durante a dinastia Song. A palavra “serigrafia”, “serigraph” em inglês é a combinação das palavras gregas “séricos”, que significa “seda” e “grafos”, que significa “escrever”. São apenas nomes diferentes para a mesma técnica.
Podemos afirmar que é essa arte vem atravessando séculos e se aperfeiçoando ano após ano, em cada lugar que ela se faz presente. Tanto a China como o Japão tiveram na serigrafia a oportunidade de marcar uma época de arte e firmar seus costumes, suas crenças e sua economia com as pinturas que essa arte proporcionou aos seus povos.
Somente no final dos anos 1700 é que o processo foi introduzido na Europa Ocidental e mais tarde ganhou ampla aceitação, quando a malha de seda estava mais disponível no leste do mundo. Esta técnica de impressão foi então melhorada ao longo da Idade Média e tornou-se muito difundida na Europa no século XVII. No constante aperfeiçoamento da técnica provocado pela necessidade de criar formatos de impressão em outros substratos, a serigrafia começava a ganhar o mundo.
Em 1900, as técnicas de serigrafia começaram a se consolidar na Europa e, eventualmente, nos Estados Unidos. O próximo grande salto viria no início do século XX por volta de 1907, quando o inglês Samuel Simon patenteou o processo de serigrafia. A seda era esticada entre estêncil de papel e pinceis eram usados para forçar a passagem da tinta. O crédito da modernização da serigrafia se deve então a Simon. Diz-se que, inspirado nas estampas asiáticas, ele procurou uma maneira de criar seus próprios estênceis de serigrafia para reproduzir imagens rapidamente. Sua patente referia-se ao uso de serigrafia, que garantia maior resistência à tração e melhor estabilidade dimensional. Ele também usou lâminas de borracha, ou rodos, para empurrar a tinta pela tela, ferramenta que ainda é usada atualmente.
Inicialmente, o método de Simon foi empregado para imprimir papeis de parede personalizados de alta qualidade, impressos em seda ou linho, direcionado às pessoas da alta sociedade da época, assim, ampliou-se o leque de ação da serigrafia, desta vez, tomando um rumo em direção à linha industrial, colocando essa arte como uma profissão importante e indispensável aos trabalhos da época.
A EVOLUÇÃO DA SERIGRAFIA DO SÉCULO XX
Ao mesmo tempo que Simon desenvolvia suas técnicas de serigrafia, os impressores americanos também procuravam maneiras de criar imagens com mais facilidade e rapidez. Patentes relacionadas à serigrafia estavam sendo registradas em ritmo acelerado. Os impressores começaram a usar fotos emulsões para criar estênceis endurecidos nas telas. Os impressores descobriram que era possível criar imagens multicoloridas por meio da serigrafia. Seu trabalho árduo e inovação valeram a pena: os cartazes impressos em tela tornaram-se populares em filmes publicitários e na propaganda política. Na Segunda Guerra Mundial, tudo, desde camisetas militares até tanques, estava sendo marcado por serigrafia.
A serigrafia não foi aceita popularmente até que os ocidentais começaram a experimentar produtos químicos foto reativos para fazer estêncil. Um grupo específico conduziu um novo experimento e mudou o rumo da serigrafia para sempre. É possível notar, principalmente no início da serigrafia, a busca das experiências pela maioria dos impressores. Hoje, com o avanço da tecnologia, isso é menos visto, já que existe uma grande busca especializada da indústria pela evolução dos equipamentos e produtos químicos utilizados atualmente, mas sempre existiram aqueles que se aventuraram em ter experiências valorosas na descoberta de processos importantíssimos para a evolução da serigrafia, pela simples ousadia de desenvolver verdadeiras formas heroicas, à época, para facilitar o trabalho.
Inspirados no processo já utilizado na fotografia, com os químicos que existiam na época para fazer o processo de revelação, Roy Beck, Charles Peter e Edward Owens, cientistas/impressores no início dos anos 1930, experimentaram diferentes produtos químicos (emulsões sensibilizadas com sal de ácido crômico) e outros experimentos para criar estênceis foto reativos. Eventualmente, esses três cientistas desenvolveram uma forma revolucionária de impressão. No entanto, esses produtos químicos eram muito tóxicos e não eram amplamente utilizados na época. A partir disso, os cientistas ajustaram esses produtos químicos para tornar o processo mais seguro e ecologicamente correto, como é o caso das emulsões diazóicas e foto polímeras e outros processos que estão em constante evolução no objetivo de facilitar o trabalho do serígrafo e atender aos padrões que as leis de cada país exigem na fabricação e uso dos produtos. A técnica evoluiu e, devido a sua versatilidade, pôde ser aplicada nas mais diversas superfícies e objetos com baixo custo.
Alguns nomes ficaram marcados na história dessa nobre arte e não podemos esquecer de quem elevou a serigrafia a um nível diferente do que existia naquela época. Anthony Velonis, também conhecido como Tony Velonis, um pintor norte-americano, nascido em 1911, em Nova York. Se tornou o impressor de tela mais importante dos EUA durante o período entre guerras e foi responsável pela introdução da serigrafia nos programas de reforma federal durante a Grande Depressão, a grande crise econômica que perdurou entre os anos de 1929 e 1932, marcada pelo declínio da produção, do poder aquisitivo, e pelo desemprego generalizado.
Neste cenário, Anthony Velonis ficou responsável pelas chamadas Unidades de Serigrafia destinadas à produção da maioria dos cartazes estaduais. Também realizou um grande trabalho de divulgação e promoção da técnica de serigrafia para além do seu uso comercial, levando-a para campos mais artísticos. Foi autor do primeiro manual de serigrafia para artistas, publicado em 1938 com o título ‘Technical Problems of the Artist: Technique in the Silk Screen Process’, no qual descrevia as possibilidades artísticas da técnica recém-criada. Um livro que trouxe o aspecto de soluções técnicas para os problemas que eram comuns de acontecer no processo das pinturas com serigrafia da época.
Tony Velonis foi também o responsável por ligar a serigrafia, antes conhecida só no campo industrial, à arte, elevando a condição desta nomenclatura a aspectos muito mais valorizados e despertando nos artistas da época o interesse a trabalhar com essa técnica, que estava chegando pra ficar no meio dos artistas e designers dos inícios dos anos 1930.
A serigrafia, depois dessa época, tomou outros rumos e teve que atravessar alguns anos para ter a sua popularização reconhecida nos anos 1960 com a Pop Art, movimento artístico que teve início nos anos 50/60, inicialmente na Inglaterra e Estados Unidos. O termo é uma abreviatura das palavras “Popular Arte”, dada pelo crítico inglês Lawrence Alloway, ao caracterizar aquela arte que se iniciava com destaque, principalmente na publicidade, anúncios e revistas.
Os precursores do Pop Art foram os integrantes do grupo de artistas ingleses denominado Independent Group (IG). Fundado em 1952, no Instituto de Arte Contemporânea de Londres, esse grupo era formado pelos artistas Eduardo Paolozzi, Laurence Alloway, Reyner Banham, Smithson e Richard Hamilton. Eles inovaram ao utilizar em suas obras novos meios de produção gráfica como uma forma de levar a arte para todas as camadas da sociedade.
Diferente do que algumas pessoas pensam, o Pop Art não significava manifestações artísticas realizadas pelas classes mais populares da sociedade, e sim uma interpretação por parte dos artistas sobre a cultura popular. Para isso, eles utilizavam elementos da cultura de massa para criticar a sociedade consumista que começava a crescer naquele período. Usavam uma mistura de pintura e objetos reais na composição de suas obras e tinha a serigrafia como um destaque nas técnicas que usavam, com obras abordando os temas que compunham o universo do estilo denominado.
O Pop Art deixou um importante legado até os dias atuais e pode ser visto, por exemplo, no grafismo, design, quadrinhos e também na moda, servindo de grande influência para grandes nomes de grifes. Esse tipo de arte se popularizou nos Estados Unidos e ganhou o mundo, um dos artistas que teve um destaque neste segmento foi o Andy Warhol.
Foi em 1962 que Andy Warhol apresentou, na sua 1ª exposição na Ferus Gallery (Los Angeles), as 32 telas com as famosas pinturas da sopa Campbell apoiadas em prateleiras, considerada a primeira exposição de Pop Art. Depois o artista adotaria o uso da serigrafia. Warhol revolucionou o mercado da arte com suas imagens. Uma delas é o jogo de quadros retratando alguns ícones da música com foi o caso de uma de suas obras onde ele retrata várias fotos da atriz Marilyn Monroe feitas em serigrafia em diferentes montagens e cores. Ele resume seu trabalho em uma frase: “A razão para eu pintar desse jeito é que eu quero ser uma máquina, e eu sinto que seja lá o que for que eu faça, eu faço, e fazer como uma máquina é o que eu quero”. O trabalho de Andy seguiu inspirando outros artistas que fizeram da serigrafia a principal técnica de arte para compor seus trabalhos e, como isso trouxe uma visibilidade muito além do trabalho industrial, a serigrafia assumiu o seu lugar na arte firmando o seu espaço e ganhando novos horizontes mundo afora.
A SERIGRAFIA NO BRASIL
A serigrafia em seu curso de desenvolvimento, chegou ao Brasil através das grandes indústrias têxteis instaladas no país antes da segunda guerra mundial. Ainda pouco conhecida, pois não havia a globalização que existe hoje e a entrada de insumos para a fabricação de tintas e outros materiais era escassa.
Pouco se escreveu ou registrou da história da serigrafia no Brasil, mas o que se tem conhecimento é que no final da década de 1970 e início de 1980, a serigrafia começou a ganhar outros horizontes. Existem relatos de alguns pioneiros dessa arte que vivenciaram esta época e que auxiliaram no desenvolvimento da serigrafia em amplos aspectos. Mesmo com o desenvolvimento da técnica em expansão por outra parte do mundo, o Brasil ainda caminhava a passos lentos em busca do aprimoramento da técnica por conta de não chegarem aqui alguns materiais que já existiam.
O serígrafo no Brasil se valia muito da sua criatividade e persistência para obter resultados satisfatórios para o nível em que a serigrafia se encontrava à época, com seus limites muitas vezes determinados pela falta de material especializado e pela experiência que faltava, contudo, foi ganhando força com o passar dos anos.
No início, não se trabalhava com computadores e impressoras como hoje se vê, com facilidade. Ser serígrafo era uma atividade muito ligada aos artistas e a arte era na mão. Pincel, bico de pena e, mais à frente, as canetas nanquins, ferramentas como o normógrafo com a aranha e suas réguas era o que se tinha pra escrever os textos. O papel de seda ou manteiga era a base usada para fazer as artes com o mínimo de transparência que se tinha a disposição à época.
Posteriormente chegou o trabalho com o filme rubi, as letras de decalque e o papel vegetal e o uso de fotolito que já se usava nessa época em gráficas, mas estava começando a ser utilizado pela serigrafia, possibilitando reprodução de fotografias através do uso dos pontos de retículas, o que trouxe novos horizontes para a arte da revelação com melhores resultados. As tintas eram bem pouco divulgadas e na maioria das vezes com uma gama de cores e efeitos bem limitadas, com suas resinas em base de água e solvente. Na revelação de telas, para alguns a emulsão fotográfica era coisa do futuro e muito do que se via era uma preparação com cola e uso do bicromato. Era colocado um vidro sobre a tela junto com a arte no papel manteiga e levado a exposição ao sol. Tudo muito artesanal e ao mesmo tempo mágico e desafiador.
Embora pouco se tenha registrado, muito tem a se falar da história da serigrafia no Brasil. Houveram muitos colaboradores não citados aqui, mas que têm sua importância e sua contribuição para o crescimento da serigrafia no Brasil. Pessoas que fizeram um movimento importante para disseminar os substratos, ideias e a possibilidade de expandir o leque de ação da serigrafia no Brasil.
Nesse contexto, podemos destacar a Gênesis como uma das colaboradoras para que a serigrafia chegasse onde ela se encontra hoje e o depoimento das pessoas que estiveram no início deste trabalho que, com muita luta, puderam dar sua parcela de contribuição na busca do conhecimento e aprimoramento da técnica dessa arte. Este ano, a Gênesis celebra os seus 40 anos, e ao longo do desenvolvimento da empresa, grande foi a contribuição para a história da serigrafia no Brasil.
Texto e pesquisa: Diro Oliveira (Depto Técnico e Comercial da Gênesis)
Em 8 de Junho de 1984, na cidade de Guarulhos/SP, as primeiras linhas de nossa história começaram a ser escritas pelos sócios empreendedores Koji, Issao e João. Juntos fundaram a Gênesis, uma fábrica de materiais para circuito impresso em um terreno de 2.700 m2.
A Gênesis passou por uma mudança societária em 1987 com a saída de João. Em novembro de 1989, Ioshimi Ishii, que na época trabalhava na Multi Fabricolor, é convidado a ingressar como o novo sócio. Com seu vasto conhecimento na área da serigrafia, teve uma importante participação na implantação de novos produtos serigráficos que deu origem à nova era da Gênesis Tintas.
Com essa ampliação do leque de ação da Gênesis, produzindo outras linhas de produtos e fazendo o mercado serigráfico absorver a evolução da arte da serigrafia e seu desenvolvimento, na medida em que a produção crescia e a demanda por produtos serigráficos aumentava, um plano de expansão foi traçado, e entre abril e novembro dos anos 2000 foi feita a aquisição de dois terrenos ao lado da fábrica (lote 19 e 20).
Issao sai da sociedade em março de 2002 e os trabalhos da Gênesis seguem com o Sr. Koji Onishi e Iohimi Ishii, compondo a direção da Gênesis. Em setembro de 2002 é inaugurada a nova fábrica de produção que trouxe resultados importantes como o aumento da produtividade. Em novembro de 2004, a Gênesis faz uma nova aquisição com a compra do terreno na Rua Laércio de Nazareno e em outubro de 2007 é inaugurada a nova expedição e estoque de material.
“Pra mim é motivo de realização ver toda essa história chegar até aqui, ver que valeu todo o nosso esforço e perceber que podemos fazer ainda muito mais pela Gênesis e pela serigrafia. Nossa gratidão a todos os nossos colaboradores que, com muita dedicação, fizeram e fazem o nome da Gênesis fazer parte da história da serigrafia no Brasil e no mundo”, Koji Onishi, fundador e diretor da Gênesis
“A serigrafia não apenas entrou na minha vida, como se tornou parte dela a partir de 1979, com a abertura da Fabricolor, uma empresa de tintas para serigrafia no bairro do Cambuci em São Paulo. Um projeto idealizado por três sócios, um especialista na área comercial (dono de uma revenda de tintas e insumos para serigrafia), um químico (funcionário técnico em uma empresa fabricante de matéria-prima de tintas) e eu, também químico experiente no desenvolvimento de tintas (funcionário de uma empresa multinacional). O início da Fabricolor foi marcado por grandes desafios e obstáculos. As empresas consumiam baixos volumes e a carência de opções dificultava a oferta de soluções completas para os serígrafos.
A década de 80-90 foi um período de inovação. Durante esse período, tivemos a oportunidade de desenvolver uma série de produtos diferenciados para os serígrafos, atendendo às necessidades cada vez mais específicas dos nossos clientes. Alguns dos principais destaques: tinta de cobertura para tecidos, hoje conhecida como linha mix, plastisol para transfers, plastisol relevo para fabricantes de bonés e para estampar jeans, tintas base água para corrosão, tinta base água devorê, tinta de sublimação para serigrafia e linha completa de tintas plastisol para estamparia têxtil.
No entanto, a divulgação desses produtos inovadores se mostrou desafiadora. Na época, as opções de mídia para alcançar o público-alvo eram limitadas. A principal ferramenta era uma revista especializada na área, que oferecia espaço para divulgação de produtos e serviços. Outra opção era divulgar nas páginas amarelas. Uma das empresas têxteis que atuava no Brasil na década de 70 e que me lembro muito bem até hoje é a TIP-TOP. Na época visitei a empresa e seu departamento de serigrafia. Foi lá que tive o primeiro contato com o carrossel automático. Nesta minha caminhada fascinante pelo universo da serigrafia, conheci muitas empresas de serigrafia, desde fabricantes de circuitos impressos, transfers para indústria têxtil, impressão cilíndrica para frascarias e até outdoors.
Em meados da década de 90, uma amizade com um cliente que revendia meus produtos para fabricação de circuito impresso, Sr. Issao, mudaria o curso da minha vida profissional. Toda semana, as visitas do Sr. Issao à minha empresa para discutir o desenvolvimento de novos produtos para circuito impresso fez a nossa amizade se fortalecer e surgiu o convite para fabricarmos juntos toda a linha de tintas serigráfica para a sua empresa, a Gênesis. Que nesta época tinha como sócios: Sr. Koji e Sr. João. Após anos de dedicação à minha antiga empresa de tintas para serigrafia, decidi seguir novos horizontes e recomeçar tudo de novo na empresa Gênesis, que este ano completa 40 anos e 35 anos na fabricação de tintas serigráficas. Uma grande realização profissional.
Uma mensagem que gostaria de deixar gravada no tempo é muita gratidão aos artistas e profissionais serígrafos. Aprendi muito com eles e tive um apoio imenso durante toda a minha trajetória profissional e que posso retribuir tudo o que aprendi através da nossa escola Gênesis, que hoje se tornou uma empresa referência e grandiosa e está ajudando muitos profissionais a serem altamente capacitados, fazendo a serigrafia continuar a contar a sua história, sua evolução, deixando sua marca e sua importância através dos tempos em meio aos muitos séculos em que ela foi criada”.
Ioshimi Ishii, diretor da Gênesis.
Este Book representa a nossa história, o nosso respeito e admiração com nossos clientes e a nossa alegria de contribuir com o mercado de impressão serigráfica e digital. Agradecemos toda a equipe da Gênesis e nossos parceiros pelo comprometimento e dedicação.